Dr Eduardo Adnet


Médico Psiquiatra e Nutrólogo

Esquizofrenia, Tipos de Esquizofrenia, Sinais, Sintomas, Tratamento


A esquizofrenia é uma doença psiquiátrica crônica considerada grave e afeta uma porcentagem significativa da população em todo o mundo. Casos de esquizofrenia têm sido documentados ao longo da história, frequentemente sendo chamada de loucura.


Existem algumas associações muito frequentes que são feitas com esta doença, como ouvir vozes e ver vultos (alucinações auditivas e alucinações visuais, respectivamente). Todavia, boa parte dos portadores de esquizofrenia não apresenta esses sinais e não se queixam de sintomas relacionados a alucinações.


Diversos portadores de esquizofrenia sofrem em razão dos delírios de perseguição presentes em algumas apresentações desta doença, como na esquizofrenia paranóide, por exemplo. Alguns deles estão sempre preocupados com tramas planejados contra suas vidas e se mostram ansiosos com a possibilidade de estarem ouvindo seus pensamentos.


Outros sinais e sintomas frequentemente presentes nos portadores de esquizofrenia é a desorganização do pensamento e do discurso (discurso incoerente), e alguns deles evidenciam graves desorganizações da apresentação e do comportamento (esquizofrenia hebefrênica, ou desorganizada).


Os principais subtipos da Esquizofrenia são:


- Esquizofrenia paranóide
- Esquizofrenia hebefrênica (ou desorganizada)
- Esquizofrenia catatônica
- Esquizofrenia indiferenciada
- Esquizofrenia residual
- Esquizofrenia simples


Não se sabe ao certo a causa deste transtorno mental, todavia fatores hereditários desempenham um importante papel nesta doença. Não infrequentemente, pessoas esquizofrênicas possuem parentes esquizofrênicos, próximos ou distantes.


Há casos de irmãos esquizofrênicos e de filhos de pais esquizofrênicos, o que somente reforça a participação de fatores na etiopatogenia desta doença.


A intensidade dos sinais e sintomas da esquizofrenia normalmente se apresenta de modo bastante variado entre estes pacientes, indo desde pessoas completamente alienadas da realidade a casos onde as manifestações da esquizofrenia podem passar até mesmo despercebidas por médicos não especialistas em psiquiatria.


A doença em muitos casos tem início precoce, normalmente entre os 16 e os 30 anos, embora haja crianças cujos sintomas apontam para uma esquizofrenia de início na infância. Não é comum o surgimento das manifestações desta doença após os 45 anos de idade.


Diferentemente do que muitos possam pensar, a maioria dos esquizofrênicos não apresenta comportamentos violentos, todavia, para os portadores da esquizofrenia paranóide, tudo o que para eles possa representar ameaça (delírios persecutórios, alucinações ou a escuta do pensamento, por exemplo) pode torná-los agitados e defensivos, nestes casos podendo estar presentes manifestações de hostilidade e de agressividade.

 


Todavia, lamentavelmente, pelo menos dez por cento dos portadores de esquizofrenia morrem em consequência do suicídio.


Usuários de drogas como o crack e a cocaína (que são a mesma droga em apresentações diferentes) podem apresentar sintomas que se assemelham aos da esquizofrenia, todavia parece crescer o consenso entre os pesquisadores de que o uso de drogas não cause a esquizofrenia, podendo, entretanto agravar e/ou trazer as manifestações da doença aos que são, de fato, esquizofrênicos. É sabido que o uso de álcool e de maconha pode agravar de modo severo as manifestações da esquizofrenia e interferir de modo bastante negativo em seus comportamentos.


O uso de medicamentos antipsicóticos, os quais antagonizam os receptores de dopamina (uma substância neurotransmissora cerebral) melhoram uma grande parte desses pacientes, o que reforça a hipótese de que neurotransmissores como a dopamina e o glutamato desempenham um importante papel na esquizofrenia.


A partir da década de 90, começaram a surgir novos e melhores medicamentos para o tratamento da esquizofrenia (os chamados antipsicóticos atípicos), cujos efeitos terapêuticos são bastante eficazes e possuem menos efeitos colaterais do que os chamados antipsicóticos clássicos, os quais passaram a surgir a partir da década de 50, sendo o primeiro deles a Clorpromazina.


O surgimento de medicações antipsicóticas se constituiu em um dos maiores avanços em toda a história da psiquiatria, fazendo com que muitos esquizofrênicos passassem a poder ser tratados em regime ambulatorial, utilizando as medicações em casa, não mais necessitando de internação hospitalar. Ressalte-se, todavia, que isto nada tem a ver com a chamada luta antimanicomial, a qual, na realidade, tem promovido muito mais prejuízos aos esquizofrênicos do que benefícios. E isto porque alguns casos de esquizofrenia necessitam de internação psiquiátrica, e o movimento antimanicomial brasileiro tem reduzido, de modo incompreensível, o número de vagas em hospitais para estes pacientes, o que tem feito com que muitos deles hoje se encontrem perambulando como mendigos pelas ruas, maltratados nas sarjetas, recolhidos em cárceres com marginais perigosos, morrendo atropelados, enquanto poderiam estar sendo bem cuidados em hospitais psiquiátricos bem estruturados, o que só não acontece por incompetência governamental.


Os que, advogando em prol da extinção dos hospitais psiquiátricos, se utilizam de argumentos tais como o uso de choques elétricos nesses pacientes, evidenciam uma ignorância vexaminosa do que seja a Eletroconvulsoterapia, uma forma de tratamento que não tem nada a ver com “dar choques elétricos” em pacientes esquizofrênicos.


Não infrequentemente, diversas pessoas que se encontram à frente do movimento antimanicomial não possuem conhecimento algum sobre psiquiatria, e ainda assim participam da elaboração de documentos governamentais oficiais cujos conteúdos não poucas vezes estão cheios de informações completamente equivocadas sobre o que seja a esquizofrenia, suas formas de tratamento e como se dá o correto seguimento terapêutico desses pacientes.


Em minha experiência profissional, tenho a satisfação pessoal de poder afirmar que por diversas vezes pude ver a alegria de muitos desses pacientes quando se vêem livres dos sintomas mais pronunciados da doença, alguns deles podendo trabalhar e estudar com grande satisfação.
 

 

Dr Eduardo Adnet

Médico Psiquiatra e Nutrólogo